sexta-feira, 11 de junho de 2010

Contos infantis revisados

Depois que cresce, a gente vai perdendo certas ilusões e inocências e começa a enxergar as verdadeiras cores das coisas. Analisando melhor aquelas doces e moralmente edificantes histórias infantis à luz dos meus 20 e tantos anos de vida começo a perceber que os contos podem ser tudo, menos de fadas. Desapegue-se da sua infância e caia nessa matéria investigativa comigo! Profissão Repórter é pinto.

Capítulo 1 – Branca de neve
Essa é fácil. Uma mulher que vai morar SOZINHA com 7 anões que nunca tinha visto na vida. O que temos aqui? Uma devassa adepta de gang bang e, possivelmente, com fortes tendências de pedofilia (por que anões? Explica essa, Dráuzio Varela!). Sem falar na explicação para o sobrenome "de neve". Como bem se sabe, drogas e práticas sexuais alternativas costumam andar de mãos dadas. Afinal, uma criatura que pega uma maçã da mão da primeira velha verruguenta que lhe aparece na porta e mete-lhe os dentes não tem lá muita preocupação com sua saúde, vamos combinar. Branca gostava mesmo era de cheirar umas carreiras. E a madrasta não queria matá-la por inveja da sua beleza coisa nenhuma, que o Pitanguy tá aí pra isso. Ela tava era muito puta que a fedelha roubou seus castiçais, sua prataria e o iPod de última geração que ela tinha acabado de comprar numa viagem a Nova York para comprar o pó. Tanto que o apelido de Branca na sua roda de amigos era "Arno".

Capítlo 2 – Chapeuzinho vermelho
Esqueça o lenga-lenga de vovó doente. Chapeuzinho vermelho ia todos os fins de semana à isolada casa da sua avó para dar um tapa na pantera. Vovó, uma hipponga que balançou os peitos em Woodstock, era a sua companheira e confidente, que puxava um fumo com a neta sempre que podia. A casa da velha era o refugio de Chapeuzinho, já que sua mãe, evangélica e tesoureira da Igreja Renascer em Cristo do bairro, não poderia sonhar que ela curtia um cigarrinho do capeta. A cesta de doces? Para a larica depois. Assim corriam os fins de semana de Chapeuzinho, revendendo Avon para pagar seu vício no caminho para a casa da vovó, onde as duas fumavam loucamente, até que um dia a vovó esqueceu que Chapeuzinho estava a caminho e foi praticar zoofilia com um lobo que vivia pelas redondezas. Chapeuzinho, quando viu aquela cena, ficou chocada e gritou horrores, o que atraiu a atenção do caçador. O rapaz já chegou metendo bala nos cornos do lobo, achando que o coitado tava atacando as duas. Desse dia em diante o caçador virou habitué dos encontros regados a cannabis sativa.

Capítulo 3 – Bela adormecida
Não, não vou apelar pro discurso fácil de que ela era preguiçosa e dorminhoca. Até porque essa história de sono eterno é uma prosopopeia flácida para acalentar bovinos (conversa mole pra boi dormir – tradução: Herbert Richards) para encobrir o real motivo da inconsciência da moçoila: overdose. Ou vocês caíram na história de espetar o dedo numa roca? Ela se espetou mesmo foi com seringa, heroína demais na veia e ploft! Caiu dura. Mas a bicha fez a esperta e fisgou logo o médico de plantão que a reanimou e viveu feliz para sempre numa mansão em Los Angeles, onde pôde manter seu vício entre a nata das celebridades hollywoodianas.

Capítulo 4 – Cinderela
Em primeiro lugar, vamos acabar com essa palhaçada de fada madrinha. Ou alguma fada madrinha já apareceu quando você tinha aquela pilha de roupa e louça pra lavar num domingão à tarde? Ou quando você tinha que pagar IPTU, IPVA, matrícula e mensalidade das crianças e aquele botox básico na testa pra não ficar uma baranga e não tinha um puto na bolsa Luís Vitão (ainda queria comprar original com tudo isso pra pagar? Acorda, gata!)? Pois é, fada madrinha mái éguis. A escroque encarnou a Winona Ryder, roubou uma loja básica, compôs o look e deixou todo o serviço em casa pra fazer. E depois ainda entrou de penetra na festa do príncipe só pra dar uma chave de perna no bofe e levá-lo à loucura fazendo candelabro italiano e técnicas de pompoar para garantir o seu. Foi aí que começou a indústria dos cerimoniais e de senhas na entrada das festas.

Capítulo 5 – Pinóquio
Talvez a mais sórdida das histórias, temos aqui o caso de um velho tarado, um precursor de Josef Fritzl, que criou um menino de madeira para satisfazer suas mais doentias fantasias. Ou vocês acham que era coincidência o nariz dele crescer falicamente (imagens mentais terríveis me acompanharão para o resto da vida ao fazer essa ligação)? E a boca da baleia nada mais era que um porão com tema marítimo para atrair criancinhas. Totally sick!

Capítulo 6 – João e Maria
Ok, o canibalismo está claro e não é negado nem na versão original. Mas sabem o que João e Maria foram fazer no meio do nada? Participar de uma rave. Até aí, tudo bem. Só que aquela trilha de miolo de pão era pra indicar o caminho pro fornecedor de ecstasy. Depois da rave, com muita maconha e bala na cabeça, o casalzinho ficou laricado. Aí ficou fácil pra velha canibal se aproveitar dos dois, altamente sequelados. A casa de doces foi um longo projeto da velha, ciente de que sua vizinhança era palco frequente de raves. Após meses construindo a casa (que teve o projeto superfaturado pela Gautama, mas aí é outra história), a bruxa comedora de gente pôde colocar seu plano em prática quando os irmãos bateram em sua porta, tremendo e suando frio. Aí vem o resto da história, com cárcere privado e assassinato por carbonização. Pensando bem, esse conto de fadas nunca foi muito leve.


--
∃! André циифŗŧћęŗ™

Nenhum comentário:

Postar um comentário